quinta-feira, 5 de junho de 2014

A SINTRA QUE FERREIRA DE CASTRO TANTO AMOU

A tranquila Barragem do Rio da Mula - em Sintra.
Visito este lugar com frequência.
Fonte da imagemhttp://cnpgb.inag.pt/gr_barragens/ 
O mágico Palácio  da Pena - em Sintra - que  olho vezes sem conta... desta janela...
Fonte da imagem: http://www.planetware.com/

A SINTRA QUE FERREIRA DE CASTRO TANTO AMOU

De Cibita, como lhe chamavam os gregos e os tùrdulos, deriva o nome  de SINTRA. Cintia era então, para  sábios e poetas, o promontório da lua. O promontório da lua: Fantástica, misteriosa designação...

Que realidade. escondida, que verdade ignorada entreviram, lucidamente, os nossos longínquos antepassados? ...

...Nós sabemos, nós sentimos que só eles tinham razão, que Sintra não é um lugar como outro qualquer, que Sintra caíu entre nós por qualquer morta aventura, que Sintra não nos pertence, e nós não a merecemos porque não cremos na sua estranha origem.
Condições climatéricas, natureza do terreno,  constituição geológica?
Mentira, horrível mentira! A força que alimenta os fetos, erguendo-os até ao céu, e dando-lhes natureza de árvore, a seiva que  oferece ás flores tão belos matizes, as mil  tonalidades de verde, a harmonia duma paisagem em que os rochedos e os penhascos se conjugam com as camélias e com os cisnes brancos, o sangue que palpita nas veias da serra de Sintra, vêm da lua, da nuvem,  de toda a parte, menos deste mundo. Os que amam Sintra, os adeptos da sua doce religião pagã, sabem-no bem. É um mundo diferente, onde a beleza é o ar que se respira, e a poesia é a própria respiração.
...Que poder sobrenatural se desprende das faldas luxuriantes da serra?
Sintra é a terra das interrogações, das surpresas.
Porque é que naquele recanto nevoento, se juntam plantas e flores dos cinco continentes?
Porque é que as nuvens vêm cobrir, a todo o instante, os seus píncaros, que não ultrapassam, no entanto, os quinhentos e quarenta  metros? As nuvens buscam o promontório da lua, saudade dum planeta  ou duma estrela onde estiveram um dia.

...Abandonemos inteligência, lógica, raciocínio. Sintra é para sentir e só sentindo, se pode conhecer..Abandonemos regras e ciências; é a única maneira  de possuir a eterna poesia de Sintra.
  ( António Quadros -  no livro - IN MEMORIAM DE FERREIRA DE CASTRO

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