quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Desliguei o televisor e fui chorar


 Fui chorar de tristeza...uma imensa e profunda tristeza...ao ver pela televisão ontem á tarde, em frente  á Assembleia da República, o total e absoluto  desrespeito, e toda a  violência  exercida sobre  agentes da autoridade, ou seja, os polícias. Durante cerca de duas horas foram ininterruptamente apedrejados por algumas dezenas de jovens "manifestantes"? a maioria de cara tapada ou usando máscaras, que começaram por  retirar as barreiras de separação dos manifestantes e polícia;  que provocaram, injuriaram, lançaram toda a sorte de objectos sobre os agentes,  rebentaram inúmeros petardos, tiraram o escudo de protecção a um polícia,escreveram nele  e depois voltaram a entregá-lo ao agente.Foram arrancadas praticamente todas as pedras da calçada e atiradas sobre os agentes,  e muitas, muitas outras coisas reveladoras de um absoluto desrespeito e consideração por aqueles profissionais, que têm como função proteger-nos como cidadãos e manter a ordem pública.
Durante essas cerca de duas horas os agentes permaneceram  imóveis no seu lugar, enfrentando as ofensas cara - cara com os "manifestantes"? com toda a serenidade e uma enorme paciência.Os apoiantes do grupo festejavam a violência batendo palmas e entoando "slogans".

Não pude ver mais. Desliguei o televisor e fui chorar.
Ao que se chegou em Portugal! O que é isto? É  demais! Não se pode tolerar.
Tem que se fazer alguma coisa urgentemente.
Fiquei triste, muito, muito triste. Ainda permaneço triste.

E pensei:
Aqueles homens têm filhos, filhos que viram os pais serem apedrejados; aqueles homens têm mulher, mulher viu o seu marido ser apedrejado; aqueles homens têm mãe, mãe que viu  o seu filho a ser apedrejado; aqueles homens têm pai, pai que viu  o seu filho a ser apedrejado.
Será que alguém se lembra disso e se preocupa?

Estimo, respeito, valorizo, e sou muito, muito grata aos  senhores Agentes da Autoridade.Quando os encontro aqui na rua, caminhando e vigiando  o meu bairro, paro, cumprimento-os,  e digo-lhes sempre: Muito obrigada por cuidarem de nós.
Á Clara, minha neta de dois anos, que fica comigo aqui em casa,quando eles passam aqui debaixo da minha janela, eu mostro-lhos e digo-lhe:  Olha, Clara, vão ali os senhores polícias; eles são bons, são  nossos amigos e não deixam os maus fazer-nos mal. Quero muito que ela, tal como os outros sete netos, respeitem e  queiram bem  aos Polícias e valorizem o seu trabalho.

4 comentários:

esperança disse...

Boa noite querida maninha,

Fizeste bem em desligar a televisão, pois até eu me enervei a ver aquele espectáculo, quanto mais tu, com esse coração doente. Eu, ainda agora estou espantada! Como é possível, como podem ter coragem, de atirar centenas de pedras, petardos e tudo o mais, a pessoas que estavam ali a cumprir ordens, a desempenhar o seu trabalho ganha-pão.
Que sentimentos têm eles? Com os meus 74 anos, nunca tinha presenciado tal coisa no nosso querido Portugal cujos filhos são gentis, amáveis, hospitaleiros, afáveis…Nós portugueses somos por natureza cordiais para todo o mundo. E espero nunca mais ver.

É boa ideia dizeres essas coisas á tua Clarinha, só lhe faz bem crescer aprendendo a respeitar.

Quanto ao terem levado umas bastonadas, não lhes fez mal nenhum, só se perderam as que caíram no chão, uma vez que não os ensinara a tomar chá em pequeninos. A nós ensinaram… E de bule herdado.

Quanto aos que, perecia que só estavam a apoiar, senhoras já de uma certa idade, adolescentes e homens, que é que eles estavam ali a fazer? Estava na cara que aquilo eia descambar…E eles não se foram embora, nem quando as autoridades avisaram por duas vezes que iam actuar. Levaram também algumas, não tenho pena nenhuma. Tenho pena, e orei ontem á noite por aqueles mascarados de coração tão ruinzinho…Falei neles Ao Senhor, para os modificar, se for da Sua vontade.
Penso no desgosto das mães e dos pais desses jovens, a gente que se ponha na pele deles. Pus-me na pele daquele pai que hoje de manhã andava á procura do filho, e estava preso. Ele disse que preocupado telefonou ao filho, e que ele lhe disse que não estava na confusão, mentiu, que feio é mentir!!!

Tem, tenhamos todos um bom resto de noite

Viviana disse...

Querida maninha Esperança

Foi um pesadelo, um dia negro, uma recordação terível que eu espero que nunca mais veja no meu país.

Estou a tentar olvidar.

Um beijo
Viviana

dilita disse...

Querida amiga

As suas palavras e da sua mana, são as minhas. Que desgraça está a acontecer no nosso país...Nunca julguei ver uma coisa destas, coisa sem nexo,só fúria de mal fazer.
Também não consegui calar e escrevi um textosito.

Beijinho e paz em seu redor.

Viviana disse...

Querida Dilita

Quem é que se pode calar?

Ainda estou perturbada...

Creio que Deus nos ajudará.

Essa é a minha oração e a minha esperança.
Um beijo
Viviana